Uma boa idéia que ví no site www.paralelocentro.com.br e "colei" no blog, e espero que tenha longa vida !
por Alessandro Martins
Todo dia, após deixar Júlia no ponto do ônibus que a leva para dar aulas de yôga para os funcionários de uma empresa na Região Metropolitana de Curitiba, vou para a Panificadora Pote de Mel, peço um café, um pão com manteiga e abro um livro.
Foi natural ter surgido ali, onde sou tão bem recebido, a idéia de fazer uma biblioteca livre onde você pode pegar um livro sem fazer nenhum tipo de cadastro e devolvê-lo quando quiser. Sei que muitos desses livros podem desaparecer da prateleira, mas estou pronto para isso. Na verdade, até conto com isso, pois acredito que livros devem circular. Muitos eu poderei repor com outros títulos e talvez a biblioteca até receba doações mais adiante.
Fiquei feliz ao saber como os donos da panificadora abraçaram a idéia rapidamente e já estão providenciando uma estante da qual publicarei uma foto assim que ela for instalada.
Cada um deles traz a seguinte mensagem:
A Pote de Mel é um lugar extremamente democrático. Perto dela ficam a reitoria da Universidade Federal do Paraná e o gigantesco Hospital de Clínicas, onde pessoas de todo o Paraná e do Brasil vêm fazer tratamento, além de muitos outros estabelecimentos comerciais e educacionais.
Por ela passam universitários, médicos, pacientes e pedestres de todas as classes sociais. Por outro lado, o atendimento é de primeira, humano e igualitário. As moças recebem os pedidos no balcão e os levam às mesas, sempre sorridentes, sem distinção. Uma ilha de civilidade no meio do caos urbano e frente ao plástico das praças de alimentação dos shoppings e demais franquias de alimentícias. Para mim, é um lugar onde ainda se pode usar a palavra freguês no lugar da palavra cliente. Em pleno centro da cidade de Curitiba.
Por outro lado, foi ali que percebi que chega uma idade em que você descobre que não pode mudar o mundo inteiro. Basta mudar um pedaço dele, aquele que cerca você. Já é suficiente e, ao mesmo tempo, não é pouca coisa.
Como você deve ter percebido, faltam livros infantis e revistas em quadrinhos entre os livros que pude doar. Todos os livros são bem-vindos.
Envie-os para:
Panificadora e Confeitaria Pote de Mel
Rua Conselheiro Araújo, 168 - Curitiba - Paraná
CEP 80060-230
Acho bonito que você possa encontrar livros no mesmo lugar onde encontra o pão.
Eis a lista de livros com que ela começa:
- Lord Jim, de Joseph Conrad
- Germinal, de Emile Zola
- Antonio Carlos Jobim - Um Homem Iluminado, de Helena Jobim
- Viagem ao Fim de Noite, de Louis-Ferdinand Céline
- A Vida de Rimbaud, de Pierre Matarasso e Henri Petitfils
- Operário em Construção, de Vinicius de Moraes
- Ficções do Interlúdio - Poemas Completos de Alberto Caeiro, de Fernando Pessoa
- Ficções do Interlúdio - Poesias de Álvaro de Campos, de Fernando Pessoa
- A Segunda Vida de Francisco de Assis, de José Saramago
- A Maçã no Escuro, de Clarice Lispector
- Pequena História da Música Popular, de José Ramos Tinhorão
- O Futuro Dura Muito Tempo, Louis Althusser
- Vinho para leigos, de Ed McCarthy e Mary Ewing-Mulligan
- O Jogo da Amarelinha, de Julio Cortázar
- Ua:Brari, de Marcelo Rubens Paiva
- Blecaute, de Marcelo Rubens Paiva
- Diálogo sobre a encenação - Um Manual de Direção Teatral, de Manfred Wekwerth
- O Arco e a Lira, de Octavio Paz
- Engraçadinha - Seus Amores e Seus Pecados dos 12 aos 18 Anos, de Nelson Rodrigues
- Luz de Agosto, de William Faulkner
- Santuário, de William Faulkner
- A Hora dos Ruminantes, de José J. Veiga
- São Bernardo, de Graciliano Ramos
- Stalker, de Arkadi e Boris Strugatski
- A Casa dos Mortos, de Dostoievski
- Um Rosto na Noite, de Patricia Highsmith
- O Satânico Dr.No, de Ian Fleming
- Os Ratos, de Dyonelio Machado
- Um Marido Ideal, de Oscar Wilde
- Bola de Sebo e Outros Contos, de Guy de Maupassant
- Como Eu Se Fiz por Si Mesmo, de Jamil Snege
- Morte na Alta Sociedade, de Georges Simenon
- Chega de Saudade, de Ruy Castro
- A Torre Ferida Por um Raio, de Fernando Arrabal
- Os Funerais de Mamãe Grande, de Gabriel Garcia Marquez
- O Jogo das Contas de Vidro, de Hermann Hesse
- O Carnaval dos Animais, de Moacyr Scliar
- Um Parceiro Desconhecido, de Jerzy Cosinsky
- O Avesso das Coisas, de Carlos Drummond de Andrade
- Edgar Allan Poe, de Ivan Schmidt
- Dr. Jekyll e Mr. Hyde, de Stevenson
- Cartola, Os Tempos Idos, de Marília Barboza da Silva e Arthur de Oliveira Filho
- Recado de Primavera, de Rubem Braga
- Dedé Mamata, de Vinicius Vianna
- Pequena Casa de Jornal, de Nilson Monteiro
- Babbit, de Sinclair Lewis
- Estorvo, de Chico Buarque
- Macunaíma, de Mário de Andrade
- Rastros de Verão, de João Gilberto Noll
- Treblinka, de Jean François Steiner
- Tubarão, de Peter Benchley
- Kalki, de Gore Vidal
- Limite Branco, de Caio Fernando Abreu
- Sursis, de Jean Paul Sartre
- Picasso, Criador e Destruidor, de Arianna Stassinopoulos Huffington
- O Imoralista, de André Gide