segunda-feira, abril 28, 2008

Novidades 28/04

PANINI MANGÁ:
GANTZ 10

PANINI COMICS:

BIBLIOTECA HISTÓRICA MARVEL CAPITÃO AMERICA
Novos Vingadores 51, X-Men extra 76, Os Maiores Clássicos X-Men vol.5, Superman/Batman 34

PIXEL:
Spawn 173,174

sexta-feira, abril 25, 2008

JORNADA AO OESTE- por Rober Machado

Uma longa viagem dentro e através das páginas de Jornada ao Oeste

Rober Machado

Depois de O Tigre e o Dragão, outra HQ chinesa chega ao país. Jornada ao Oeste não poderia ser mais diferente de sua conterrânea. Enquanto a primeira é uma representante da mais nova safra dos quadrinhos chineses, fortemente influenciada pelo mangá, Jornada representa um outro momento histórico do país e os desenhos são totalmente diferentes.

Publicada originalmente em 1962, esta história fazia parte de um movimento do governo para aumentar o nível cultural da população e os quadrinhos eram uma forma rápida e eficiente para isso. Diversas obras literárias foram adaptadas para os quadrinhos, Jornada ao Oeste é uma delas e a mais famosa. Com a Revolução Cultural conduzida por Mao Tse-Tung em 1966, a produção de quadrinhos chineses foi abandonada, só retornando na década de 80, quando Jornada foi redescoberto e considerado uma obra de arte, como outras obras do período.

Originalmente escrita por Wu Cheng'en (1500-1582) no século 16, Jornada ao Oeste une uma história real com diversos mitos da cultura chinesa. Conta a viagem que um monge fez até a Índia em busca de textos sagrados do budismo. Mas o personagem principal da história é o companheiro de viagem do monge, Sun Wukong, um macaco antropomorfizado que possui poderes mágicos.

Também conhecido como o Rei dos Macacos, Sun Wukong é uma figura mítica bastante famosa no Oriente, tendo aparecido em diversos livros, filmes, óperas, games, peças de teatro e desenhos animados. O personagem é interpretado por Jet Li em seu mais recente filme, The Forbidden Kingdom. Os leitores ocidentais de quadrinhos talvez nunca tenham ouvido falar de Wukong, mas com certeza conhecem um personagem que foi livremente inspirado nesse mito: Son Goku, o protagonista de Dragon Ball. Entre os vários pontos em comum, ambos podem viajar montados em nuvens.

Jornada ao Oeste é frequentemente comparada com grandes obras da literatura, em especial com a Odisséia já que ambas contam uma longa história de uma viagem repleta de personagens e situações fantásticas. Há passagens semelhantes, como a Fada da Colina que equivale às sereias que Ulisses encontra em sua viagem.

A versão em quadrinhos foi produzida por diversos artistas, cada capítulo é de responsabilidade de um time diferente, mas há uma grande uniformidade no estilo dos desenhos. O formato é bastante rígido: dois quadros por página, do mesmo tamanho, sem balões e com o texto na parte de baixo de cada quadro. Os desenhos sempre mostram cenas com planos abertos, não há nenhum close, e o texto muitas vezes é redundante com o desenho. Mesmo que o estilo seja muito parecido, há sutis diferenças entre os desenhistas que podem ser percebidas se olhadas com atenção. Somente os desenhistas dos capítulos 7 e 8 fogem um pouco do padrão e mostram algumas cenas com ângulos de visão um pouco diferente, dão mais destaque ao cenário do que aos personagens e mostram o único plano médio de um personagem em toda a edição, na página 370. Mesmo assim, essa “ousadia estilística” só ocorre em alguns quadros.

Jornada ao Oeste está no tênue limite entre quadrinhos e livro ilustrado, já que a história poderia ser lida sem o auxílio dos desenhos. Só que o texto sozinho não dá conta da riqueza de detalhes presentes nos desenhos. Portanto, é realmente uma história em quadrinhos, mas com uma narrativa muito pobre.

Isso tudo pode parecer que é uma leitura enfadonha, ainda mais levando em conta que este é o primeiro de três volumes e possui 466 páginas, contudo mantém o interesse do leitor pelo desenrolar da viagem do monge e seus companheiros que vão se juntando durante a jornada, também apresentando uma mitologia muito diversificada e rica, pouco conhecida do leitor ocidental. Além do mais, é o tipo de história para se ler lentamente, aproveitando suas minúcias.

A edição da Conrad mantém o padrão de qualidade de suas publicações, com um ótimo prefácio de Rogério de Campos falando sobre os quadrinhos chineses e o contexto de produção de Jornada, além de uma introdução escrita pelo tradutor Adam Sun explicando um pouco mais da obra. No site da editora há uma bela amostra das páginas iniciais do livro, inclusive com os textos da introdução e a galeria de personagens:

http://www.lojaconrad.com.br/trecho/jornada_p1.asp

Mangás !!


JBC :
Negima 22, Love Junkies 46, Tsubasa 16, Hunter Hunter 4

Conrad:
Ooru #1- Jun Hanyunyuu

quarta-feira, abril 23, 2008

Novidades 23/04...

Estou um pouco atrasada ,mas temos algumas novidades da semana passada e com certeza logo,logo,estarei postando mais algumas!!!

Panini Mangá:
HOMUNCULUS 1:
De Hideo Yamamoto, suspense / adulto, R$ 9,90, Formato 13,7 x 20 Cm, 256 Páginas, Em Andamento no Japão

NARUTO 12, ANGEL SANCTUARY 35

PANINI COMICS:
Capitão América Morre uma Lenda 2,Wolverine 41, Marvel Apresenta 35, Universo Marvel 34, Marvel especial 6-Novos Guerreiros, Batman extra 13, Universo DC 11, Melhores do Mundo 10,Sonja a Guerreira-CRANIOS FLAMEJANTES 1, Wizmania Especial 1,TORRE NEGRA 2

PIXEL:
Pixel magazine 13, PREACHER GUERRA AO SOL

Lumus:
Tarot Café 5

terça-feira, abril 15, 2008

HENFIL, JÁ!


Muita coisa boa pra se fazer neste começo de friozinho ! A exposição e lançamento do Rodrigo Guinski e no teatro, a peça que foi uma das mais cotadas e bem comentadas do festival: "HENFIL, JÁ!" no ACT !

ACT: Rua Paulo Graeser Sobrinho,305 -São Francisco
fone: 41-3338-0450
www.act.art.br

Rodrigo Guinski: Exposição hoje!!!

Álbum UN1 Dia, de Rodrigo Guinski

Exposição e lançamento do álbum UN1 Dia, narrativa gráfica em xilogravura

+ exibição de animação

Abertura 15 de abril, terça-feira, 19h

de 15 de abril a 15 de junho de 2008

Centro Cultural Solar do Barão – Museu da Gravura – Sala do Lustre – espaço 10

Rua Presidente Carlos Cavalcanti, nº 533

Horários de visitação: de terça a sexta, das 9h às 12 e das 13 às 18h

sábados, domingos e feriados, das 12h às 18h

A exposição é o resultado do projeto UN1 Dia desenvolvido para a Bolsa Produção para Artes Visuais da Fundação Cultural de Curitiba através do Fundo Municipal de Cultura.

Conto com a presença de vocês,

Rodrigo Guinski

www.rguinski.com

www.rguinski.com/1dia - site com making of do álbum UN1 Dia

sexta-feira, abril 11, 2008

lançamentos 11/04-

CARD-GAMES:

POKEMON DIAMANTE & PÉROLA - Booster em portugues com 05 cartas
MAGIC THE GATHERING :deck pré-construído ALVORECER -60 cartas

PANINI COMICS:
-Batman 65, Liga da Justiça 65, novos Titãs 46, 52 #10, Marvel Max 56

MYTHOS:
Conan o Cimério 45, Conan o Bárbaro 62, Tex 461,Zagor 84

JBC EDITORA:
Tsubasa 15, Yugioh 18, Fullmetal Alchemist 29, Inu Yasha 102

segunda-feira, abril 07, 2008

Novidades 07/04






PANINI COMICS:
-Sonja A Guerreira #1, Marvel Millenium Homem Aranha 75, Avante Vingadores 15, Grandes Astros Superman 9, BIBLIOTECA DC NOVOS TITÃS vol.1, BATMAN PRETO E BRANCO Encadernado

PANINI MANGÁ:
-Berserk 35, GALISM 1, Conde Caim 8, Karekano 21, SETON 1

Conrad editora:
-MONSTER 10

quarta-feira, abril 02, 2008

QUADRINHÓPOLE #6 E TIPOS #5-por Rober Machado




Quadrinhópole traz uma única história em sua nova edição


Rober Machado



O sexto número da revista independente Quadrinhópole cumpre uma promessa feita na segunda edição, lançada em dezembro de 2006, na qual foi publicada a primeira parte de história chamada Insanidade. No final dela havia a palavra “continua”, mas nas edições seguintes a continuação não foi publicada. Somente agora é que os leitores poderão conferir o que aconteceu com o jovem aparentemente normal que foi mandado para o hospício sem saber o motivo. Numa sábia decisão foi republicada a primeira parte da história junto as três restantes, não prejudicando leitores que não leram a primeira ou que nem lembravam dela. No editorial da revista há uma explicação sobre o atraso da publicação dessa história. Isso mostra que a revista tem o compromisso com leitor de não deixar nenhuma história inacabada, mesmo que tenha que utilizar outros desenhistas para poder concluir o trabalho, como o caso de Insanidade. A primeira parte tinha os desenhos de Isaac Santos enquanto as restantes ficaram a cargo de Henrique Assale, Lipe Dias e Ângelo Ron.


Para quem leu a segunda edição, essa história era a mais fraca. Agora lendo por completo, o enredo ganha um pouco mais de força, mesmo que um leitor mais atento consiga deduzir o motivo da internação de Leonard através das pistas e referências que são deixadas ao longo da história. Mas o que não ajuda mesmo são os desenhos, mesmo tentando uma certa unidade entre todas as partes, os desenhos ainda parecem amadores, principalmente nas partes 2 e 4. Quem se sai melhor é Lipe Dias na parte 3, que parece já ter praticado mais, com um estilo mais apurado.


A edição traz uma boa capa de Julio Shimamoto, além de uma ótima entrevista com esse mestre dos quadrinhos brasileiros. Entretanto faltou uma revisão na entrevista, há vários erros de ortografia. O próprio revisor do Word já arrumaria muitos deles.


Fechando a revista, há a estréia de uma seção de cartas, um importante canal de comunicação com leitor. Ótima iniciativa.


Devido a publicação completa de Insanidade, a revista ficou sem seu carro-chefe, a boa série Undeadman. Uma pena, espera-se que retorne no próximo número junto com boas histórias como ocorreu em edições anteriores.



Amigos e tequila-Tipos #5



Outro lançamento independente é o quinto número da mini-revista Tipos, que traz a história Tequila Shots, escrita por Cláudio Yuge e desenhada por Papito. A história de dois amigos, um desempregado e outro que só pensa em curtir a vida, é um bom conto urbano. O estilo lembra o das histórias dos gêmeos de 10 Pãezinhos, tanto na trama quanto nos desenhos, o que não desmerece o trabalho, que tem sua personalidade e não é uma mera cópia. Leitura rápida e agradável.

Lançamento na ITIBAN COMIC SHOP

data:04/04/08-sexta às 19 hs

bate-papo e sessão de autógrafos !!!

Lançamentos 02/04

Hoje é o lançamento do Quadrinhofilia na Gibiteca de Curitiba ás 19 hs. Estou indo pra lá!
Mas antes, as novidades !

PANINI MANGÁ:
Bleach 9, Gantz 9, Karekano 21, Conde Caim 8

Panini Comics:
X-Men Extra 75, Homem Aranha 76, X-Men 76, Superman 65

JBC editora:
Death Note 10 , Gravitation 11

Conrad :
New Thing (WU MING 1), Uma Ambição no Deserto (ALBERT COSSERY), Pequenos Guardiões vol. 1 e 2

Casa 21:
Cidades Ilustradas- Florianópolis-Guazelli

JAMBO EDITORA:
Sem Trégua vol. 2 RPG

terça-feira, abril 01, 2008

Quadrinhofilia e José Aguiar-por Rober Machado

Um catálogo de qualidades artísticas
Rober Machado

No álbum Quadrinhofilia, José Aguiar reuniu diversas histórias curtas que estavam na sua gaveta e outras que tinham sido publicadas em revistas independentes e uma delas na revista Omelete, que teve uma única edição, mas com circulação nacional. São histórias produzidas nos últimos dez anos e passeiam pelos mais diversos gêneros: mistério, ficção científica, humor, terror e relato autobiográfico. Há parcerias em várias delas, com roteiros de Gian Danton, Abs Moraes e Sabrina Lopes, mas a maioria é vôo solo do desenhista.
À primeira vista, o que chama atenção não é a diversidade de gêneros de histórias, mas a variedade de estilos de traços que José utiliza nos seus desenhos. Variam desde um estilo próximo do realista até um traço bastante anguloso, quase caricato. Para quem só o conhecia de trabalhos como Folheteen e O Gralha, vai se surpreender.
Como toda coletânea, sempre há altos e baixos, ainda mais quando abrange um período amplo que inclui o início de carreira. Há algumas histórias curtas em preto e branco que trazem diversas experiências narrativas, algumas atingem um ótimo resultado como Noite... e Poréns da Vida Herdada dos Outros, e em outras ficam mais como um exercício de estilo, como Absoluto. Pirata! só vai ser entendida por quem conhece os quadrinhos italianos e sacar a referência a Dylan Dog.
Nas histórias coloridas também há algumas oscilações, mas um pouco menos. Catarrinho do amor começa e termina muito bem, o desenvolvimento na parte dos nomes exóticos fica repetitivo, principalmente para quem já viu esses nomes circulando em e-mails pela Internet.
O Gabinete do Dr. Caligari faz uma adaptação muito boa do filme de 1919. Talvez não agrade os fãs do filme por acrescentar cores à história, mas foi um ótimo trabalho de colorização, que dialoga muito bem com os tons escuros da história.
As cores e a arte também são os destaque de O Triste Fim de João e Maria e Entropia, essa última com clara influência de Moebius. Já em Genealogia do Mal só trabalha com tons de vermelho que foram pintados por cima de uma fotocópia, um ótimo resultado e também um dos pontos altos do álbum.
Outro ponto alto é a sua história mais recente, mostrando sua viagem pela Europa conhecendo o mercado de quadrinhos por lá. Não é uma reportagem em quadrinhos e sim um relato de viagem, com suas impressões sobre o que vivenciou. Fica claro que ele deveria produzir mais histórias assim.
No final há um posfácio no qual José Aguiar conta os bastidores de produção do álbum e de cada uma das histórias. Só faltou informar a época de produção de cada uma, só fala de algumas delas.
A edição da HQM ficou muito bonita, com uma ótima capa e contracapa, e deve chamar a atenção nas prateleiras. Só há um problema com a primeira história, Baile de Salão, que ficou ligeiramente desfocada, talvez olhos menos atentos nem notem isso. Mas nada que impeça a compra do álbum.



Entrevista com José Aguiar
Rober Machado

- Como surgiu o projeto do álbum? Você procurou a editora ou eles vieram atrás de você?
Essa era uma idéia antiga. Há muito tempo eu queria tirar algumas histórias antigas do fundo da gaveta, mas que nunca foi para frente pois, primeiro, eu não era um autor conhecido. Apresentei a idéia a alguns editores mas eles não achavam que era o momento. Como o pessoal da HQM me convidou a publicar uma HQ curta numa revista que eles iriam produzir, mas que acabou não saindo, apresentei a idéia e eles gostaram. Agora com esse material publicado, acho que posso dizer que o começo de minha carreira ficou para trás.

- Quadrinhofilia também é o nome de sua coluna no site Omelete. De onde surgiu a idéia desse nome e por que batizou o álbum assim?
Essa palavra é um neologismo que criei quando decidi revirar meus gibis velhos para escrever uma coluna fixa no Omelete. O sufixo "filia", confesso que tirei da palavra necrofilia. Afinal, a minha intenção na coluna era revirar minha coleção de quadrinhos mortos e enterrados em busca de idéias. O mesmo nome emprestei a uma exposição onde fiz um balanço de minha carreira, realizada em 2006 no Solar do Barão, nas comemorações dos 24 anos da Gibiteca de Curitiba. Para minha surpresa ela foi indicada ao Troféu HQ Mix de melhor exposição daquele ano. Não levei o prêmio, mas daí me veio a convicção de que este era mesmo o nome do meu livro.

- No álbum há histórias de épocas diferentes e com diferenças no estilo dos desenhos. Você consegue mudar de traço facilmente? Há algum estilo de sua preferência?
Sim, principalmente por terem sido feitas em períodos de bastante experimentação, acho que o livro é quase um catálogo do que posso fazer. Hoje o traço que me flui mais fácil é o anguloso, como nas histórias Catarrinho de Amor, Quadrinhos em outras bandas (desenhadas) e no álbum Folheteen. Mas no geral transito por esses traços sem grandes problemas. Tento apenas adequar o desenho ao roteiro.

- No álbum também há parcerias nos roteiros, você gosta de trabalhar com roteiros de outras pessoas ou prefere fazer tudo sozinho?
Já trabalhei com Gian Danton, Abs Moraes, Antonio Eder, Wander Antunes e André Diniz. Todos têm seus estilos e isso sempre foi uma escola para mim. Eu só tenho a ganhar com parcerias. Mas há histórias pessoais, como as de Folheteen e as demais que fiz sozinho em Quadrinhofilia. Essas só dariam certo sozinho.

- Existem mais histórias soltas para serem publicadas?
Publicáveis? Acho que não. Eu fiz uma boa seleção para o livro. Tentei colocar as melhores. Tenho alguns roteiros em parceria na gaveta esperando a vez e outras HQs que quero fazer sozinho, mas nada pronto. Espero fazer um Quadrinhofilia 2 com elas.

- Vai haver outro álbum do Folheteen?
Sim, com certeza. O livro está na fase de roteiro. É um projeto delicado, pois retoma a história de onde o primeiro livro parou, mas sob novo ponto de vista.

- Fora o Folheteen, tem algum outro projeto de álbum?
Estou numa fase de muitos projetos em execução. Este ano sai a Guerra de Canudos, onde ilustrei o texto de André Diniz para a Escala Educacional. Há também outros projetos antigos como o segundo álbum do Gralha, pronto há anos e em negociação para sair. Mais que desenhando, estou escrevendo bastante no momento. Além da continuação de Folheteen, estou escrevendo Pensão João, que adapta uma de minhas tiras de humor para o formato de álbum e Coisa de Adornar Parede, dando seqüência a uma série de HQs que saiu na extinta revista curitibana Entropya. Junto com Paulo Biscaia Filho, diretor dos espetáculos Graphic e Morgue Story, estou elaborando dois projetos unindo teatro e HQ: Vigor Mortis Comics, HQs que além de adaptar os espetáculos que citei, irão expandir o universo dos espetáculos. Também estamos escrevendo juntos uma peça com o título provisório de Catacumba, que homenageia as antigas revistas de terror como Kripta e Calafrio numa história passada na ditadura militar. Outro projeto que não é bem quadrinho, mas está em andamento é Reisetagebuch - uma viagem ilustrada pela Alemanha, onde narro minhas impressões daquele país. O projeto renderá uma exposição no segundo semestre e também um livro, inspirado nos que são publicados pela Editora Casa 21. A história Quadrinhos em Outras Bandas (Desenhadas) presente em Quadrinhofilia é um prelúdio desse projeto. Para conhecer mais desse projeto, convido que visite o blog: http://www.quadrinhofilia.blogspot.com/
Previews dos meus projetos e meu blog oficial estão em http://www.joseaguiar.com.br/ Enfim, se tudo der certo, até 2009 terei muita coisa publicada.

- Você já publicou na Europa, gosta do modelo deles de álbuns ao invés de revistas mensais? Acha que seria um bom modelo para autores nacionais?
Eu gosto de ambos os modelos. Quando eu fazia o Gralha me divertia muito com o planejamento de uma série contínua. Mas acho que, no momento, o ideal para o autor local é o livro fechado para venda em comic shop e livraria. Esse modelo se aproxima mais do Europeu e os riscos são menores pois o produto tem mais tempo de vida.

- Qual a sua opinião sobre o atual mercado brasileiro de quadrinhos para autores nacionais?
Ele está se abrindo. Começam a surgir mais editoras interessadas nos autores daqui, em temáticas mais próximas de nosso imaginário. Não precisamos só copiar modelos. Há interesse de crítica e leitores por novidades. Hoje não se vende tanto com ha 10, 20 anos atrás, mas é possível ser um autor alternativo e respeitado. Antes isso não existia. Para mim , a carreira de Lourenço Mutarelli é o melhor exemplo disso. Ainda não há uma estrutura que sustente o artista, mas a vitrine, graças a internet e as livrarias e comic shops, nos deu meios de existir.
Eu acredito que estamos num momento de efervescência. Só a produção local (Curitiba) é um bom termômetro desse rebuliço que irá redefinir o que será o mercado brasileiro de HQ daqui a alguns anos. Os autores estão parando de chorar que ninguém os publica e estão correndo atrás. Os editores estão de olho nisso, nessa profissionalização.
Aproveitando a ocasião, quero agradecer de novo ao apoio maravilhoso da Itiban para que isso esteja acontecendo.
Obrigado por mais essa oportunidade de divulgar meu trabalho.