data:11/08/07 (sábado)
hora:11 hs até 18 hs
local: Gibiteca de Curitiba-R. Carlos Cavalcanti,533
Palestras,Lançamentos ,feira de Quadrinhos!!!!
Informações:(41)-3321-3250 e www.quadrinhopole.com
E aqui no blog você poderá saber um pouco sobre as produções independentes !!!
Quadrinhos independentes
Rober Machado
O espaço para os quadrinhos nacionais nas editoras é bem pequeno. São pouquíssimos autores que conseguem publicar regularmente algum trabalho. Fora os fanzines, qual a saída para os novos autores? A resposta está nas várias publicações independentes que surgiram nos últimos tempos. Com preços bem baixos e vontade de serem profissionais, vários artistas estão mostrando seu trabalho para o público. Vamos dar olhada em alguns desses títulos.
Avenida
Avenida é uma grata surpresa entre as revistas independentes por não apresentar as falhas comuns desse tipo de publicação, como a qualidade irregular devido ao diferente nível dos artistas envolvidos. É um projeto editorial interessante, que pode render diversas abordagens: apresentar três histórias criadas por artistas diferentes tendo como cenário uma avenida. Numa leitura mais atenta, antes mesmo de chegar ao fim, pode-se notar que em cada história há cenas referenciando as outras. Ou seja, a revista foi pensada para ser ambientada no mesmo lugar, com todas as tramas ocorrendo em paralelo.
Na primeira história da primeira edição nota-se o tom geral da proposta editorial, Rui Silveira mostra diferentes perspectivas que podem ter numa avenida através de um texto poético e com belos desenhos. Depois temos um contraponto cômico através do texto e da arte de Wellington Marçal. Finalizando, há uma excelente história com ótimos desenhos de André Caliman. No final da edição ainda há esboços dos artistas e contam um pouco da produção, o que reforça ainda mais o profissionalismo da revista.
A segunda edição é até melhor que a primeira, abordando o passado dos personagens apresentados na edição anterior e a interação entre as histórias é mais interessante ainda. Na história de Rui Silveira, um grupo de crianças entra numa mansão abandonada que aparecia num dos cenários da edição anterior. Enquanto se perguntam o que teria acontecido no local, é apresentado para o leitor um tiroteio ocorrido ali. Esse tiroteio é referenciado na terceira história, mostrando o passado de José da Silva, personagem criado por André Caliman. O final deixa um ótimo gancho para a próxima edição. Que venham muitas com essa qualidade. A revista é promissora.
Site: http://www.avenidahq.com/
Cão
A proposta é que cada edição reúna histórias curtas de diferentes desenhistas e com um mesmo tema, sempre com roteiros de Harriot Junior. Possui duas edições publicadas, a primeira sobre o Japão medieval e a segunda com histórias de ficção científica. A primeira edição (número 0) tem uma capa apelativa, uma guerreira com pouca roupa, que nada tem a ver com o conteúdo, apenas uma repetição do pior vício da Heavy Metal. A primeira história, desenhada por Marcelo Manzano, é um embate literal entre oriente e ocidente, entre um samurai e um cowboy. A última, O Espelho, com desenhos de Camila Torrano, também é um dos destaques da revista. As outras histórias estão longe desse nível, principalmente a desenhada por Amanda Hayná, que ainda deveria estar na fase do fanzine, praticando mais.
Na segunda edição (o número 1), o nível geral da revista melhora bastante, principalmente os roteiros de Harriot Junior, com menos histórias e mais páginas. A capa traz um belo desenho com fundo metalizado. Ao contrário da edição anterior, a primeira e a ultima histórias são as mais fracas, mas possuem bons desenhos. As outras duas histórias são mais longas e pode-se notar que Harriot teve mais cuidado com o roteiro. A história New User tem os desenhos de HErvilha e Rodrigo Taguchi, que se alternam nas páginas, sempre trazendo estilos diferentes. Isso é um bom exercício para mostrar a capacidade dos desenhistas, mas prejudica bastante a história pois não traz fluidez para a narrativa e o leitor pode até se perder de uma página para outra. Roberto Inc. é o ponto alto da revista, uma boa história de um robô que incorpora espíritos. Os desenhos de Ko Ming melhoram bastante em relação a edição anterior e faz uma ótima seqüência de ação em página dupla.
Site: http://www.studiovermis.com/
Garagem Hermética
O nome inspirado numa das mais famosas histórias de Moebius reflete o caráter anárquico da publicação, reunindo diversos estilos de desenhos em vários tipos de histórias diferentes. Isso acaba fazendo com que a revista não tenha uma “cara” definida, algum tipo de história que o leitor sabe que vai encontrar. O editorial da terceira edição diz que receberam críticas justamente por esse motivo e que isso era o objetivo da revista organizada por Cadu Simões, o criador do Homem-Grilo. No primeiro número há pontos baixos como as histórias Mistério dos Andes e Promoção (bem amadoras) e duas desenhadas por Kleber de Sousa. Em oposição temos duas histórias de Rodrigo Alonso (roteiro) e Felipe Cunha (arte), principalmente The Division Bell, que traz uma ótima piada. A revista ainda tem uma matéria sobre Moebius e sua Garagem Hermética.
O segundo número apresenta uma melhora em relação ao primeiro, mas a mistura de estilos continua. Novamente o ponto baixo fica por conta de Kleber de Sousa. Mais uma vez Rodrigo Alonso e Felipe Cunha fazem uma boa história, mas agora o final é inconclusivo, nem sabemos se terá continuação ou não. Frio e Doce tem uma boa arte apesar do final ser previsível. Fragmentos tem uma ótima idéia que foi prejudicada pela arte amadora de Edu Mendes. Nesse número há uma matéria sobre quadrinhos independentes.
O terceiro número deixa de lado os trabalhos mais amadores e o nível geral da revista apresenta uma melhora, mesmo que não chegue a ter um conjunto uniforme para formar uma grande edição. Fica na média. O maior destaque é Próximo Ponto, o Amor, de Deivs, uma simpática história. A edição encerra com uma boa piada criada por Celão. Nesse número há uma matéria sobre a revista francesa Metal Hurlant.
Site: sociosltda.blogspot.com
Homem-Grilo
Criado por Cadu Simões e Ricardo Marcelino, o Homem-Grilo é um super-herói que ganhou seus poderes ao ser mordido por um grilo radioativo. Com essa improvável premissa já se pode notar que o tom das histórias é a sátira do universo dos super-heróis. O personagem, que já circulou bastante pela Internet no formato de tiras em alguns sites, agora ganha sua própria revista, que estréia no número 42. As edições anteriores deveriam existir se a revista fosse mensal, provavelmente o próximo número será algum mais adiante do 43, dependendo de quantos meses demorará em ser publicado. A história publicada brinca com vários clichês de super-heróis, começando pela capa que traz uma imagem clássica, referenciada em inúmeras capas. Talvez isso seja um problema para quem não tem contato com esse estilo de história e vai ficar boiando em algumas piadas. A arte é eficiente, mistura o estilo anabolizado dos heróis com o cartunesco.
Site: homemgrilo.com
Quadrinhópole
A revista curitibana tem conseguido algo difícil em publicações independentes: manter a regularidade. Com quatro edições publicadas tem conseguido destaque em sites especializados devido ao empenho de seus criadores. Nada mal para uma publicação que começou fraca e conseguiu melhorar ao longo de suas edições. O primeiro número deixou a desejar, mas determinou a forma que a publicação iria seguir, com quatro histórias por edição e capa de um artista convidado. Nesse caso, a capa ficou a cargo de José Aguiar e está longe de seus melhores trabalhos. A única série fixa da revista, Undeadman, começa com um roteiro fraco, mas a boa arte de André Caliman salva a história. Seqüestro Relâmpago apresenta uma ousadia: quatro páginas sem desenhos e somente com balões, mostrando o ponto de vista do seqüestrado que foi encapuzado. É a melhor história da edição, garantida pela virada no final. Invisíveis tem um bom visual para o lobo, mas a história não funciona. Campo de Feijãotração fecha a edição e é fraquíssima.
No segundo número nota-se uma boa melhora, há uma boa capa de Antonio Eder, a qualidade das histórias é muito maior e a revista encontra um traço de sua personalidade: a integração com outras artes. Nessa edição há uma quadrinização da música Papai Noel Filho da Puta, da banda Garotos Podres. O traço cartunesco reflete a bem a proposta da música ao unir humor com crueldade. A série Undeadman melhora tanto no roteiro quanto na arte, André Caliman apresenta ótimas cenas como flashback. (In)Versão, por Abs Moraes e Jean Okada, lembra as antigas histórias de terror também com um bom visual. Insanidade é o ponto fraco da edição.
O terceiro número mantém o nível do segundo e traz uma entrevista com o capista da edição, Tako X. Dessa vez há uma adaptação de uma peça teatral, O Que Fazer com os Ossos?, escrita e dirigida por João Luiz Fiani. A história escrita por Leonardo Melo e desenhada por Joelson Souza consegue captar o estilo de humor característico de Fiani e resumir a trama em poucas páginas. A série Undeadman continua com um bom ritmo. José Aguiar está presente numa boa HQ com um ótimo visual. A dupla Abs Moraes e Jean Okada voltam com uma história que lembra o antigo seriado Além da Imaginação.
A quarta edição quebra o padrão das anteriores, há mais histórias, uma delas só de uma página. Dessas histórias mais curtas, a melhor é Cigarros, de Liber Paz, que cria um conto interessante em duas páginas. André Caliman produz outra história além de Undeadman, ambientada no Velho Oeste e mantém a qualidade de seu traço. Leonardo Melo escreveu um bom capítulo trágico de Undeadman, seus textos melhoraram bastante em relação ao primeiro número. O ponto baixo é a História de Ticlau, inspirada na artista Fernanda Ramos, que apresenta nas ruas de Curitiba sua personagem Ticlau, uma bailarina de uma caixinha de música. A arte de Anderson Xavier é muito simples e não conseguiu transmitir a magia de uma apresentação da bailarina.
Site: http://www.quadrinhopole.com/
$ociedade Radioativa (edição especial)
A capa não diz muita coisa, mas pela contracapa e pelas capas internas tem-se a impressão que se trata de uma revista de humor. Ao ler as histórias, nota-se que é uma revista reunindo diversos estilos e gêneros, o humor é um deles. Também é uma revista de nível irregular, ao lado de bons trabalhos há outros mais amadores, mas traz uma grande variedade de artistas e estilos, o resultado final é positivo. Os destaques ficam por conta de O medo de Edu, de Tiago Judas, nota-se uma influência de Mutarelli no trabalho dele, e Olhar Sobre Uma Pessoa, de Luisa Doria, uma história desconcertante e depressiva. A principal atração da revista são as tiras de Fido Nesti, que já publicou uma adaptação de Os Lusíadas para os quadrinhos. Fido Nesti apresenta um trabalho maduro artisticamente e deve ser um dos grandes destaques do quadrinho nacional nos próximos anos. As tiras de Nesti são bem melhores que muitas publicadas nos grandes jornais brasileiros.
Site: http://www.sociedade.radioativa.nom.br/
Rober Machado
O espaço para os quadrinhos nacionais nas editoras é bem pequeno. São pouquíssimos autores que conseguem publicar regularmente algum trabalho. Fora os fanzines, qual a saída para os novos autores? A resposta está nas várias publicações independentes que surgiram nos últimos tempos. Com preços bem baixos e vontade de serem profissionais, vários artistas estão mostrando seu trabalho para o público. Vamos dar olhada em alguns desses títulos.
Avenida
Avenida é uma grata surpresa entre as revistas independentes por não apresentar as falhas comuns desse tipo de publicação, como a qualidade irregular devido ao diferente nível dos artistas envolvidos. É um projeto editorial interessante, que pode render diversas abordagens: apresentar três histórias criadas por artistas diferentes tendo como cenário uma avenida. Numa leitura mais atenta, antes mesmo de chegar ao fim, pode-se notar que em cada história há cenas referenciando as outras. Ou seja, a revista foi pensada para ser ambientada no mesmo lugar, com todas as tramas ocorrendo em paralelo.
Na primeira história da primeira edição nota-se o tom geral da proposta editorial, Rui Silveira mostra diferentes perspectivas que podem ter numa avenida através de um texto poético e com belos desenhos. Depois temos um contraponto cômico através do texto e da arte de Wellington Marçal. Finalizando, há uma excelente história com ótimos desenhos de André Caliman. No final da edição ainda há esboços dos artistas e contam um pouco da produção, o que reforça ainda mais o profissionalismo da revista.
A segunda edição é até melhor que a primeira, abordando o passado dos personagens apresentados na edição anterior e a interação entre as histórias é mais interessante ainda. Na história de Rui Silveira, um grupo de crianças entra numa mansão abandonada que aparecia num dos cenários da edição anterior. Enquanto se perguntam o que teria acontecido no local, é apresentado para o leitor um tiroteio ocorrido ali. Esse tiroteio é referenciado na terceira história, mostrando o passado de José da Silva, personagem criado por André Caliman. O final deixa um ótimo gancho para a próxima edição. Que venham muitas com essa qualidade. A revista é promissora.
Site: http://www.avenidahq.com/
Cão
A proposta é que cada edição reúna histórias curtas de diferentes desenhistas e com um mesmo tema, sempre com roteiros de Harriot Junior. Possui duas edições publicadas, a primeira sobre o Japão medieval e a segunda com histórias de ficção científica. A primeira edição (número 0) tem uma capa apelativa, uma guerreira com pouca roupa, que nada tem a ver com o conteúdo, apenas uma repetição do pior vício da Heavy Metal. A primeira história, desenhada por Marcelo Manzano, é um embate literal entre oriente e ocidente, entre um samurai e um cowboy. A última, O Espelho, com desenhos de Camila Torrano, também é um dos destaques da revista. As outras histórias estão longe desse nível, principalmente a desenhada por Amanda Hayná, que ainda deveria estar na fase do fanzine, praticando mais.
Na segunda edição (o número 1), o nível geral da revista melhora bastante, principalmente os roteiros de Harriot Junior, com menos histórias e mais páginas. A capa traz um belo desenho com fundo metalizado. Ao contrário da edição anterior, a primeira e a ultima histórias são as mais fracas, mas possuem bons desenhos. As outras duas histórias são mais longas e pode-se notar que Harriot teve mais cuidado com o roteiro. A história New User tem os desenhos de HErvilha e Rodrigo Taguchi, que se alternam nas páginas, sempre trazendo estilos diferentes. Isso é um bom exercício para mostrar a capacidade dos desenhistas, mas prejudica bastante a história pois não traz fluidez para a narrativa e o leitor pode até se perder de uma página para outra. Roberto Inc. é o ponto alto da revista, uma boa história de um robô que incorpora espíritos. Os desenhos de Ko Ming melhoram bastante em relação a edição anterior e faz uma ótima seqüência de ação em página dupla.
Site: http://www.studiovermis.com/
Garagem Hermética
O nome inspirado numa das mais famosas histórias de Moebius reflete o caráter anárquico da publicação, reunindo diversos estilos de desenhos em vários tipos de histórias diferentes. Isso acaba fazendo com que a revista não tenha uma “cara” definida, algum tipo de história que o leitor sabe que vai encontrar. O editorial da terceira edição diz que receberam críticas justamente por esse motivo e que isso era o objetivo da revista organizada por Cadu Simões, o criador do Homem-Grilo. No primeiro número há pontos baixos como as histórias Mistério dos Andes e Promoção (bem amadoras) e duas desenhadas por Kleber de Sousa. Em oposição temos duas histórias de Rodrigo Alonso (roteiro) e Felipe Cunha (arte), principalmente The Division Bell, que traz uma ótima piada. A revista ainda tem uma matéria sobre Moebius e sua Garagem Hermética.
O segundo número apresenta uma melhora em relação ao primeiro, mas a mistura de estilos continua. Novamente o ponto baixo fica por conta de Kleber de Sousa. Mais uma vez Rodrigo Alonso e Felipe Cunha fazem uma boa história, mas agora o final é inconclusivo, nem sabemos se terá continuação ou não. Frio e Doce tem uma boa arte apesar do final ser previsível. Fragmentos tem uma ótima idéia que foi prejudicada pela arte amadora de Edu Mendes. Nesse número há uma matéria sobre quadrinhos independentes.
O terceiro número deixa de lado os trabalhos mais amadores e o nível geral da revista apresenta uma melhora, mesmo que não chegue a ter um conjunto uniforme para formar uma grande edição. Fica na média. O maior destaque é Próximo Ponto, o Amor, de Deivs, uma simpática história. A edição encerra com uma boa piada criada por Celão. Nesse número há uma matéria sobre a revista francesa Metal Hurlant.
Site: sociosltda.blogspot.com
Homem-Grilo
Criado por Cadu Simões e Ricardo Marcelino, o Homem-Grilo é um super-herói que ganhou seus poderes ao ser mordido por um grilo radioativo. Com essa improvável premissa já se pode notar que o tom das histórias é a sátira do universo dos super-heróis. O personagem, que já circulou bastante pela Internet no formato de tiras em alguns sites, agora ganha sua própria revista, que estréia no número 42. As edições anteriores deveriam existir se a revista fosse mensal, provavelmente o próximo número será algum mais adiante do 43, dependendo de quantos meses demorará em ser publicado. A história publicada brinca com vários clichês de super-heróis, começando pela capa que traz uma imagem clássica, referenciada em inúmeras capas. Talvez isso seja um problema para quem não tem contato com esse estilo de história e vai ficar boiando em algumas piadas. A arte é eficiente, mistura o estilo anabolizado dos heróis com o cartunesco.
Site: homemgrilo.com
Quadrinhópole
A revista curitibana tem conseguido algo difícil em publicações independentes: manter a regularidade. Com quatro edições publicadas tem conseguido destaque em sites especializados devido ao empenho de seus criadores. Nada mal para uma publicação que começou fraca e conseguiu melhorar ao longo de suas edições. O primeiro número deixou a desejar, mas determinou a forma que a publicação iria seguir, com quatro histórias por edição e capa de um artista convidado. Nesse caso, a capa ficou a cargo de José Aguiar e está longe de seus melhores trabalhos. A única série fixa da revista, Undeadman, começa com um roteiro fraco, mas a boa arte de André Caliman salva a história. Seqüestro Relâmpago apresenta uma ousadia: quatro páginas sem desenhos e somente com balões, mostrando o ponto de vista do seqüestrado que foi encapuzado. É a melhor história da edição, garantida pela virada no final. Invisíveis tem um bom visual para o lobo, mas a história não funciona. Campo de Feijãotração fecha a edição e é fraquíssima.
No segundo número nota-se uma boa melhora, há uma boa capa de Antonio Eder, a qualidade das histórias é muito maior e a revista encontra um traço de sua personalidade: a integração com outras artes. Nessa edição há uma quadrinização da música Papai Noel Filho da Puta, da banda Garotos Podres. O traço cartunesco reflete a bem a proposta da música ao unir humor com crueldade. A série Undeadman melhora tanto no roteiro quanto na arte, André Caliman apresenta ótimas cenas como flashback. (In)Versão, por Abs Moraes e Jean Okada, lembra as antigas histórias de terror também com um bom visual. Insanidade é o ponto fraco da edição.
O terceiro número mantém o nível do segundo e traz uma entrevista com o capista da edição, Tako X. Dessa vez há uma adaptação de uma peça teatral, O Que Fazer com os Ossos?, escrita e dirigida por João Luiz Fiani. A história escrita por Leonardo Melo e desenhada por Joelson Souza consegue captar o estilo de humor característico de Fiani e resumir a trama em poucas páginas. A série Undeadman continua com um bom ritmo. José Aguiar está presente numa boa HQ com um ótimo visual. A dupla Abs Moraes e Jean Okada voltam com uma história que lembra o antigo seriado Além da Imaginação.
A quarta edição quebra o padrão das anteriores, há mais histórias, uma delas só de uma página. Dessas histórias mais curtas, a melhor é Cigarros, de Liber Paz, que cria um conto interessante em duas páginas. André Caliman produz outra história além de Undeadman, ambientada no Velho Oeste e mantém a qualidade de seu traço. Leonardo Melo escreveu um bom capítulo trágico de Undeadman, seus textos melhoraram bastante em relação ao primeiro número. O ponto baixo é a História de Ticlau, inspirada na artista Fernanda Ramos, que apresenta nas ruas de Curitiba sua personagem Ticlau, uma bailarina de uma caixinha de música. A arte de Anderson Xavier é muito simples e não conseguiu transmitir a magia de uma apresentação da bailarina.
Site: http://www.quadrinhopole.com/
$ociedade Radioativa (edição especial)
A capa não diz muita coisa, mas pela contracapa e pelas capas internas tem-se a impressão que se trata de uma revista de humor. Ao ler as histórias, nota-se que é uma revista reunindo diversos estilos e gêneros, o humor é um deles. Também é uma revista de nível irregular, ao lado de bons trabalhos há outros mais amadores, mas traz uma grande variedade de artistas e estilos, o resultado final é positivo. Os destaques ficam por conta de O medo de Edu, de Tiago Judas, nota-se uma influência de Mutarelli no trabalho dele, e Olhar Sobre Uma Pessoa, de Luisa Doria, uma história desconcertante e depressiva. A principal atração da revista são as tiras de Fido Nesti, que já publicou uma adaptação de Os Lusíadas para os quadrinhos. Fido Nesti apresenta um trabalho maduro artisticamente e deve ser um dos grandes destaques do quadrinho nacional nos próximos anos. As tiras de Nesti são bem melhores que muitas publicadas nos grandes jornais brasileiros.
Site: http://www.sociedade.radioativa.nom.br/
Um comentário:
ow fiquei feliz em ver uma critica da minha revista, gostei muito e muito obrigado
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