Olivier Tallec trabalhou como ilustrador para jornais como Le Monde, Libération e revistas femininas. Um ano atrás foi publicado Negrinha (editora Desiderata) na França, mas Tallec afirma conhecer pouco de quadrinhos e se diz mais ilustrador. Mesmo assim, encantou o público com autógrafos mais que especiais no lançamento de seu livro.
O álbum Negrinha surgiu da colaboração com Jean-Christophe Camus, que propôs o projeto de história sobre sua mãe. O trabalho começou 3 anos atrás, com Camus lhe contando sobre ela, mostrando fotos de família e do Rio de Janeiro na década de 50 (local e época onde a história é ambientada).
O ilustrador veio ao Rio para pesquisar, mas disse que fatores históricos não importaram tanto. Sua maior preocupação foi captar como vivem os cariocas e como é a cidade: contar a história a partir do ambiente.
O álbum é resultado da biografia da mãe de Jean-Christophe com um toque de romance. Olivier afirma que muita coisa na história é inventada, pois a personagem ainda é viva (tem quase 80 anos) e não queria que toda sua história fosse contada.
O ilustrador procurou manter seu estilo, que diz estar mais próximo da pintura do que do desenho. Durante a palestra contou que começa com as cores (a parte mais importante de seu trabalho) e depois parte para o traço.
Olivier Tallec está trabalhando na continuação de Negrinha e numa ficção ambientada na Prússia em 1795. Desta vez ele faz parceria com outro autor, numa história com muito mais personagens e menos intimista.
por yasmin