segunda-feira, setembro 14, 2009

ENTREVISTA COM JOSÉ AGUIAR!!

Olá amigos seguidores do blog da ITIBAN!
Segue abaixo para vocês,
uma entrevista com José Aguiar,
quadrinista
autor de "A Revolta de Canudos",
que estará aqui na ITIBAN
dia
17 de Setembro, às 19h.
IMPERDÍVEL!!



Qual foi o material de pesquisa que usou pra fazer “A revolta de Canudos”? Chegou a ler “Os sertões”, de Euclides da Cunha, obra que trata do mesmo tema?


José Aguiar: Infelizmente, não tive tempo hábil para me debruçar em pesquisas literárias, devido ao prazo curto para executar o projeto (somando pesquisa e produção foram cerca de 40 dias de trabalho puxado). “Os sertões” não é uma obra para ser lida com pressa.

Para ser prático, me vali de referências iconográficas disponíveis na internet: praticamente todas as fotos remanescentes do conflito de Canudos estão on-line. Também assisti ao filme “Guerra de Canudos” que, apesar de não apreciar o roteiro e a direção, me tirou algumas dúvidas quanto a armamento e indumentária dos soldados da época.


Você é ilustrador profissional e dá cursos. Da onde tira tempo para trabalhar com os seus

quadrinhos?


José Aguiar: Sou meio polivalente - um pouco por necessidade, um pouco por não conseguir ficar parado. Dou aulas duas vezes por semana na Gibiteca de Curitiba e ilustro para editoras e jornais nos demais dias da semana.

Este ano em especial tem sido um momento mais de “fomentar ideias”, contatar editores e escrever. Acabou que tenho desenhado poucos quadrinhos este ano, mas, em compensação, tenho montado um bom "banco de ideias" para os próximos anos. A exceção tem sido o projeto “Vigor Mortis Comics”, que tem sido produzido com regularidade nos últimos meses.


Pode falar um pouco mais sobre esse projeto, o “Vigor Mortis Comics”?


José Aguiar: Esse foi um projeto aprovado pela lei do Mecenato Municipal de Curitiba e que ainda está captando recursos para ser lançado em 2010. Além de dividir os roteiros com o Paulo Biscaia, (da companhia de teatro Vigor Mortis) ilustrarei as HQs com o DW, desenhista que também já trabalhou com o Paulo, na peça “Morgue Story”.

A ideia surgiu depois da minha colaboração com a peça “Graphic”, do Paulo, em 2007. Para ela, eu criei o material gráfico e as artes do personagem Artie, um desenhista de quadrinhos frustrado que arranjou emprego desenhando manuais de instrução.

Das nossas conversas (minhas com o Paulo) surgiu a ideia de escrever algo em conjunto, para explorar mais o universo que ele criou em suas peças. Em todos os espetáculos há referências a locais, situações e personagens. Os quadrinhos são um meio de, ao mesmo tempo, levar adiante esse universo e apresentá-lo a quem nunca viu os espetáculos. É um cruzamento de ideias muito interessante.

Estamos finalizando este mês os roteiros de dois álbuns com histórias variadas, de personagens das peças da Vigor Mortis, como Oswald, o Morto Vivo, o Homem-Sombra, Wanda Wozniak - a policial vampira, entre outros.

Os álbuns prometem muito sangue, violência, certa escatologia, aventura, escapismo e, claro, cinismo e terror, que são elementos importantes das peças da Cia Vigor Mortis.



Tem intenção de lançar outro álbum de “Folheteen” ou uma coletânea como “Quadrinhofilia”? Quais são seus próximos projetos de quadrinhos?


José Aguiar: “Folheteen” está atualmente namorando a volta de suas tiras num grande jornal de Curitiba, mas sim, tenho um roteiro em andamento da continuação do primeiro álbum. De concreto para outubro há uma HQ de uma página, um "crossover" entre dois personagens desse universo de “Folheteen” com Asterix. É uma história especial para a mostra "O que é a França", que estará no FIQ (Festival Internacional de Quadrinhos) e deve seguir para a Europa depois.

Outros roteiros encaminhados são a adaptação de outra tira minha, “Pensão João”, para o formato de álbum e também "Coisas de Adornar Paredes", reunindo contos de realismo fantástico, em que os personagens são coisas que, como direi... estão em nossas paredes.


Já um outro álbum como Quadrinhofilia vai sair. Assim que eu acumular um bom número de histórias curtas e variadas, com certeza farei um segundo volume.

Outro projeto que estou envolvido não é 100% quadrinhos, mas estou trabalhando com minha esposa numa série de livros didáticos sobre Arte, nos quais as HQs tem um papel importante dentro dos conteúdos. Também é projeto que sai em 2010.


Este ano ainda sai, de forma independente, a publicação de “Subversivos-Acto 5”, história sobre uma companhia de teatro nos anos da ditadura. Parceria com o roteirista André Diniz (o mesmo de “A revolta de Canudos”).


No mais tenho outras idéias engatilhadas com editoras. Mas como os acordos ainda não foram selados, conto com sua figa para que deem certo.


Pra fechar, que tal um top 5 de álbuns nacionais?

José Aguiar: Essa listas sempre são uma injustiça. Mas vamos lá: Elenquei aqui 5 álbuns que me causaram diferentes impactos quando saíram. Talvez não sejam os melhores nacionais que li. Mas certamente têm muitas virtudes e representaram algo importante para mim, cada um à sua maneira:


1.Estórias Gerais (roteiro de Wellington Srbek, arte de Flavio Colin) - Conrad
2.O Dobro de Cinco (roteiro e arte de Lourenço Mutarlli) - Devir
3.Piratas do Tietê e outras Barbaridades (roteiro e arte de Laerte) - Ensaio (esgotado)
4.Fawcett (roteiro de André Diniz e arte de Flavio Colin) – Nona Arte (esgotado, mas pode ser baixado no site http://www.acervohq.quadrinho.com/)
5.Irmãos Grimm em Quadrinhos (coletânea de artistas) - Desiderata



Conheça mais do trabalho de José Aguiar pelos links:

Portfolio: http://www.joseaguiar.com.br
Blog: http://www.joseaguiar.com.br/blog
Projeto Reisetagebuch: http://www.quadrinhofilia.blogspot.com

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