Ele irá autografar e conversar com os fãs. Apareçam!
Na entrevista abaixo, feita por e-mail pelo Lielson Zeni,você poderá conhecer um pouco mais da vida do quadrinista:
1) Você vive de desenhar quadrinhos ou é preciso fazer trabalhos de ilustração pra completar a renda?
O quadrinho profissional é um ramo bem complicado e toma todo seu tempo. Tenho que acordar bem cedo e produzir o máximo que posso. Se deixar algo para o dia seguinte, a coisa pode ficar bem complicada, porque o editor tem um cronograma bem organizado para todos os profissionais da revista. Se eu atraso, todo mundo atrasa. Não posso deixar todo o processo virar uma bola de neve. Por esse motivo, eu não tenho tempo para a ilustração comercial como eu tinha antes. Mas, graças a Deus, com os quadrinhos eu tenho conseguido pagar as minhas contas.
2) Como conseguiu entrar (e se manter) no mercado norte-americano de quadrinhos?
Consegui entrar através de um agente de São Paulo. Um dia, numa feira, mostrei o meu portifólio e começamos a conversar. Fiz na época umas 50 páginas de teste, antes de começar a trabalhar de fato. A primeira editora interessada foi a DC Comics, onde trabalhei com o Jonah Hex. A partir daí, me manter dentro da indústria foi uma outra novela. Tudo depende do editor e dele gostar do seu trabalho. Nesse tempo, eu trabalhei com vários deles: Eddie Berganza, Mike Carlin, entre outros, que gostaram do meu trabalho. Acho que esse é um dos fatores que determinam a sua permanência na indústria. Ser responsável e sobreviver aos "FAN BOYS" também é muito importante.
3) Como é a relação com os editores e roteiristas das editoras norte-americanas?
Com relação aos roteiristas o relacionamento é quase nulo, talvez porque ele passe a "batata quente" para o editor e "adios". O relacionamento com o editor é diário: ele é o manda-chuva que vai botar o dedo em tudo. Se ele pedir para você corrigir um desenho, a palavra dele é lei suprema. Se ele pedir para mudar uma página toda, você tem que mudar. Mas não vamos pensar que o editor é um carrasco. Porém, como ele é o cara que está pagando pelo serviço, nada mais justo que você faça o que ele está te pedindo.Os profissionais em qualquer área são assim.
4) Qual você considera seu melhor trabalho?
Sempre o meu último. Isso pode parecer uma frase clichê, mas o último trabalho sempre tem mais maturidade e precisão. Se você pegar o primeiro número da última série que fiz e comparar com o último, vai ver o quanto disso é verdade. É claro que é um bom sinal, afinal, hoje você está melhor do que ontem. Para responder a pergunta mais diretamente, "TRANSFORMERS: NEFARIOUS" é o meu melhor trabalho até agora.
5) Existe algum trabalho que você gostaria de refazer, por não ter curtido o resultado final?
O Incrível HULK. Se eu tivesse a oportunidade de refazer um trabalho, seria este. O HULK, para mim, foi o personagem que me lançou nesse universo. Na época que eu trabalhei nele, dei o melhor de mim, mas hoje eu tenho uma concepção melhor do que seria o HULK. Na época, eu fiz uma compilação de tudo o que tinha visto e não fui ousado para fazer a minha versão. Hoje, depois de todos esses anos, tenho vontade de desenhar de novo o personagem do meu jeito. É uma eterna dívida que tenho com o HULK.
6) Quais são suas influências?
Aqui vai pela ordem de como fui conhecendo as revistas: Sal Buscema, John Buscema, Jim Starlin, John Byrne, Berni Wrightson, Neal Adams, John Paul Leon, Geof Darrow, Moebius, Frizenda.
7) Quais são seus próximos projetos?
Dentro de uma semana, estarei num novo projeto dos TRANSFORMES. Um arco de histórias que vai ligar o segundo filme com o terceiro. Nesse momento, estou trabalhando num projeto pessoal do qual vou falar mais assim que for aprovado por alguma editora.
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